A questão fica da seguinte forma: O Senhor afirma a culpa do povo, e o povo acha que a culpa é de Deus. Temos exatamente isso em Ezequiel 18:25: “O caminho do Senhor não é direito”. Mas Deus pergunta no mesmo verso: “Ouvi, agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos tortuosos?” Então eles dizem aqui, no versículo 33 do capítulo 10:: “Visto que as nossas prevaricações e os nossos pecados estão sobre nós, e nós desfalecemos neles, como, pois, viveremos?”. Como se dissessem: “Se temos de morrer, e ser infelizes devido a nossos pecados, a culpa não deve ser nossa, mas de Deus". Mas Deus, em meu texto, não assume esta culpa, e persuadi-os a utilizar os meios que Ele mesmo preparou para que sejam ajudados. Mas se não se convencerem de que são culpados, permite que saibam que não vai eximir-se de puni-los. Ele é Juiz com autoridade, sabedoria e imparcialidade. Já eles não são juízes, não possuem estas qualidades, portanto não podem julgar a si mesmos e muito menos a Deus. Murmurar a respeito destes fatos não poderá salvá-los da execução da justiça divina.
As palavras deste versículo contêm duas verdades:
1. A isenção do próprio Deus da culpa pela destruição dos pecadores.
2. Além desta exortação expressa para o retorno dos ímpios, Deus condescende em usar a razão com eles nestes termos: "Porque eles devem morrer?".